Cansaço mental não é só burnout

Não é difícil de imaginar nos dias de hoje as diferentes causas do cansaço mental, passamos por um momento em que existe tanta informação, tanta cobrança, tantas maneiras de se fazer algo, e ao mesmo tempo temos pouca maturidade emocional, pouco contato com o nosso próprio corpo e com o ambiente a nossa volta, que a mente simplesmente não da conta. Geralmente passamos a pensar em cansaço mental quando surge o diagnostico de burnout ou outra síndrome, porém não é somente nesses momentos de excesso que a mente está desequilibrada, em um nível menor, mas ainda sim muito prejudicial, todos nós estamos constantemente pensando, e pensando muito! Não que pensar seja algo ruim, precisamos da mente para resolver problemas, criar as coisas, organizar e nos manifestar nesse mundo, mas você já tentou parar de pensar? È simplesmente impossível, pois o próprio esforço em parar a mente, é um pensamento em si. Assim, procure enxergar a mente e os pensamentos de uma outra forma, veja que nós estamos como escravos, ou reféns daquilo que se passa em nossas cabeças. Você vai encontrar pessoas que são verdadeiros generais de si mesmos, vivendo uma vida de autocobrança e punição, e outras que embarcam em qualquer aventura que surge na sua cabeça, alternando em uma vida de excessos e arrependimentos.  Mas o que todos nós vivemos é a identificação com a mente, cada pensamento que surge acreditamos ser uma verdade absoluta, e passamos a viver de acordo com esse pensamento. Entenda que os pensamentos surgem a partir do ego, do personagem, das memórias e educação que você traz, não necessariamente de quem você realmente é, não da sua consciência. Para lidar com o cansaço mental é necessário lidar com a identificação com a mente. A mente em si vai continuar naturalmente criando pensamentos, mas quando você está menos identificado com o que se passa na sua cabeça, você não gasta mais energia com os pensamentos, você consegue se manter consciente. Estar consciente significa que a sua atenção está nesse momento, naquilo que você está fazendo, no seu corpo e no ambiente a sua volta. Assim a mente se acalma, você produz menos pensamentos, e se identifica menos ainda com eles, criando espaço pra realmente aproveitar a vida e ser feliz. https://youtu.be/bod_txb3r3k

Entenda porque você deve aprender a meditar sozinho

A Meditação é uma prática que vem crescendo muito nos últimos anos, e como tudo aquilo que cresce rápido demais, acaba perdendo um pouco do objetivo inicial. Vivemos uma época de muito imediatismo, de muita ansiedade e uma busca frenética por resultados rápidos ou até imediatos. Quando pensamos em meditação é necessário entender que as mudanças que acontecem são internas, e toda mudança interna é lenta, precisa de muita paciência e dedicação. Por isso não pense que com uma prática de meditação guiada, você será capaz de acabar com toda sua ansiedade, estresse, medo, crenças limitantes, e que você vai conseguir desbloquear sua prosperidade, coragem, autoestima, e sei la mais o que. Você pode fazer uma prática de meditação voltada para uma emoção específica, mas não se iluda pensando que ao final de uma meditação guiada de 10 minutos você irá acabar com todo seu estresse por exemplo. Entenda que apesar de ficar extremamente relaxado depois de meditar, é muito fácil o estresse voltar, basta um único problema e já retornamos ao estado de irritação e reatividade, mas por que isso acontece? Se você encarar a meditação como um remédio, é exatamente assim que ela vai ser pra você, um simples alívio para o seu sintoma, agora se você encarar a meditação como um processo de autoconhecimento, no qual você medita todos os dias, buscando olhar cada vez mais pra dentro, aberto a observar todo o lixo e angustia que existe na sua mente, a meditação será muito mais do que um alívio, será uma transformação real na sua vida. Por isso, aprenda a meditar sozinho, você, sua mente e nada mais. Não que você deva parar de ouvir praticas guiadas (Inclusive tem varias no nosso canal no Youtube J), mas você precisa aprender a não depender de uma orientação pra conseguir meditar, só assim você consegue aproveitar todo o potencial que essa prática tem pra oferecer. Então aos poucos vá se aventurando a fazer pequenas práticas sozinho, sem medo do que pode surgir na sua mente, torne-se curioso e observe o que surgir, você vai se surpreender com quanta coisa se passa na nossa cabeça. Com o tempo você vai perdendo a identificação com a mente, e o barulho vai sendo substituído pelo silêncio, pela paz e a alegria que existem dentro de você, mas isso só é possível se você tiver coragem de mergulhar dentro de si mesmo.

Meditação e criatividade

Criar é uma coisa muito pessoal, vários motivos nos levam a fazer algo novo, reinventar, encontrar soluções ou simplesmente nos expressar. Por exemplo, nesse momento estou criando o primeiro parágrafo desse texto, e o simples fato de estar falando sobre isso, já me faz sentir essa criatividade, que é algo natural a todos nós. Algumas pessoas dizem não ter criatividade nenhuma, mas então o que nos impede de sermos criativos? A maioria de nós não é estimulado a criar, desde a infância somos ensinados a pensar de maneira objetiva, de fazer mais em menos tempo, somos racionais demais e ao mesmo tempo com preguiça de pensar. Nossa cultura valoriza o resultado, a quantidade, o primeiro lugar, e os bens materiais, pouco espaço sobra para valorizar o processo, a qualidade daquilo que se faz, a cooperação e os valores internos. Criatividade é muito mais do que pintar um quadro ou escrever um poema, ser criativo é viver a vida a sua maneira, é encontrar caminhos novos para se sustentar financeiramente, para ajudar outras pessoas, para se expressar, para construir um mundo com pessoas mais autenticas e menos robotizadas. Então como fazer para dar espaço pra criatividade surgir? È preciso deixar a mente um pouco de lado. Todos os grandes criadores sempre relataram que entravam em um estado de não-mente, onde as idéias surgiam com muita facilidade, e era possível enxergar soluções onde antes parecia não haver mais jeito. Para ir além da mente você precisar aprender a olhar mais dentro, se acostumar a desacelerar, perceber os momentos de silêncio, ficar mais consciente desse exato momento. E é ai que surge a criatividade, quando a mente não toma toda a sua energia, e você é capaz de pensar além da mente, o que pode parecer um pouco estranho, mas é algo natural a cada um de nós. A meditação é a ferramenta perfeita para isso, e você não precisa ser um monge para conseguir praticar, você só precisa dedicar alguns minutos por dia, e aos poucos a transformação acontece, você é capaz de perceber não só mais criatividade na sua vida, mas também uma sensação profunda de paz e tranquilidade que só cresce com a prática.   https://youtu.be/_LYzD20ab-c

OS MUITOS MESTRES DE JUNNAID

Um dos grandes mestres sufis, chamado Junnaid, estava morrendo. Seu discípulo mais próximo veio lhe perguntar: “Mestre, você está prestes a nos deixar. Há uma pergunta que sempre nos fizemos, mas nunca tivemos coragem de lhe perguntar. Quem foi seu mestre? Isso deixou todos os seus discípulos muito curiosos, porque nunca ouvimos você falar de seu mestre. Junnaid abriu os olhos e disse: “É difícil para mim encontrar uma resposta, porque aprendi de quase todos. Toda a existência foi meu mestre. Aprendi com cada pequeno evento em minha vida. E sou grato a tudo que aconteceu, porque a partir de todo esse aprendizado eu me tornei quem sou. Apenas para satisfazer sua curiosidade, vou lhe contar sobre três eventos. No primeiro, eu estava com sede e caminhava para o rio carregando meu prato de esmolas, a única posse que tinha. Quando cheguei ao rio, um cachorro passou correndo, pulou no rio e começou a beber água. Observei o cachorro por alguns instantes e então joguei fora meu prato de esmolas, porque não servia para nada. Um cachorro pode viver sem ele. Também mergulhei no rio e bebi tanta água quanto eu quis. Todo o meu corpo havia se refrescado porque eu mergulhei no rio. Então sentei no rio por alguns instantes, agradeci ao cachorro, tocando seus pés com grande reverência porque ele havia me ensinado uma lição. Eu havia deixado tudo de lado, todas as minhas posses, mas ainda me apegava a meu prato. Ele era belo, cuidadosamente esculpido, e eu estava sempre preocupado que alguém pudesse roubá-lo. Mesmo à noite costumava colocá-lo sob minha cabeça, como um travesseiro, de forma que ninguém pudesse tirá-lo de mim. Essa foi a última coisa à qual eu me apeguei, e o cachorro ajudou. Era tão claro: se um cão pode viver sem um prato de esmolas e eu sou um homem, como não poderia fazer o mesmo? Esse cão foi um de meus mestres. Houve uma outra vez na qual havia me perdido em uma floresta e, quando finalmente encontrei o vilarejo mais próximo, já era meia-noite. Todos estavam dormindo. Fiquei vagando pela cidade para ver se encontrava alguém que ainda estivesse acordado e que me desse abrigo durante a noite, até que finalmente encontrei um homem. Perguntei a ele: “Parece que eu e você somos os únicos que estamos acordados nesta cidade. Você poderia me abrigar durante esta noite? O homem disse: “Posso ver por seus trajes que você é um monge sufi.”   A palavra sufi vem de suf, que significa lã, uma túnica de lã. Os sufis têm usado túnicas de lã há séculos e portanto foram chamados assim por causa de suas vestes. O outro homem era, na verdade, um ladrão. Ele disse: “Posso ver que você é um sufi e me sinto um pouco desconcertado em levá-lo para minha casa. Gostaria de lhe dar abrigo, mas antes preciso contar-lhe quem eu sou. Sou um ladrão — você gostaria de ser hóspede de um ladrão?” Por um momento, Junnaid hesitou. Então o ladrão tornou a falar: “Foi melhor que eu tenha dito a verdade. Você me parece hesitante. O ladrão está disposto a lhe dar abrigo, mas o místico parece hesitar em entrar na casa de um ladrão, como se o místico fosse mais fraco que o ladrão. Na verdade, eu deveria ter medo de você — você pode me transformar, pode mudar toda a minha vida! Convidar você significa perigo, mas não tenho medo. Você é bem-vindo. Venha a minha casa, coma, beba, durma e fique quanto tempo quiser, porque vivo sozinho e aquilo que ganho me basta. Posso sustentar duas pessoas. E seria bom conversar com você sobre grandes assuntos. Mas você parece hesitar.” E Junnaid percebeu que era verdade. Ele pediu perdão. Tocou os pés do ladrão e disse: “Sim, minhas raízes em meu próprio ser ainda são demasiado fracas. Você é de fato um homem forte e gostaria de ficar em sua casa. E gostaria de ficar por algum tempo, não apenas esta noite, pois eu também quero aprender a ser mais forte.” O ladrão disse: “Então venha.” Deu comida ao sufi, deu-lhe algo para beber, ajudou-o a preparar-se para dormir e depois disse: “Agora tenho que partir, tenho que cuidar de meus negócios. Voltarei pela manhã.” Na manhã seguinte, o ladrão voltou cedo. Junnaid perguntou a ele se tinha tido sucesso. O ladrão respondeu que não, mas que haveria outros dias. A mesma coisa aconteceu durante trinta dias: toda noite o ladrão saía e toda manhã voltava de mãos vazias. Mas nunca estava triste, nunca ficava frustrado. Não havia sinal de fracasso em seu rosto, ele estava sempre feliz e dizia: “Não importa. Fiz o melhor que pude. Não encontrei nada de valor hoje, mas amanhã tentarei de novo. E, se Deus quiser, aquilo que não aconteceu hoje irá acontecer amanhã.” Após um mês, Junnaid partiu e durante anos ele tentou realizar o ato supremo, porém sempre fracassava. Mas a cada vez que sentia vontade de abandonar tudo, lembrava-se do ladrão, com seu sorriso e sua frase: “Se Deus quiser, aquilo que não aconteceu hoje irá acontecer amanhã.”  Junnaid disse ao discípulo: “Me lembro do ladrão como um de meus maiores mestres. Sem ele eu não seria aquilo que sou.” O terceiro evento foi quando eu estava chegando a um pequeno vilarejo. Um garoto estava carregando uma vela acesa, obviamente indo ao pequeno templo da cidade para lá deixar a vela acesa durante a noite. Junnaid perguntou: “Você pode me dizer de onde vem a luz? Você acendeu a vela, então deve ter visto. Qual a fonte da luz?” O garoto riu e soprou a vela na frente de Junnaid. Depois disse: “Você viu a luz se apagar. Você sabe para onde ela foi? Se me disser aonde ela foi, eu lhe direi de onde veio porque os dois lugares são o mesmo. Ela retornou à fonte.” Encontrei grandes filósofos, mas nunca ouvi uma fala tão bela:“Ela retornou à sua própria fonte.”

Aceitação para lidar com a ansiedade

Se nós pararmos pra olhar a nossa rotina, vamos encontrar diversos exemplos de como a nossa mente está constantemente criando coisas absurdas. Quem nunca ficou no ponto de ônibus extremamente ansioso, olhando fixo pra rua, esperando que o próximo ônibus que virasse a esquina fosse o ônibus que você esperava, e acabava angustiado quando descobria que não era esse. Se a gente parar pra pensar, não faz sentido nenhum ter pressa em esperar algo que não temos literalmente controle nenhum, mas fazemos isso com diversas coisas durante o nosso dia. Temos ansiedade com o sinal vermelho, com o micro-ondas, que determinado dia da semana chegue logo, enfim, querendo que o tempo passe mais rápido, e ai quando o dia chega, logo procuramos a próxima neura, o próximo grande objetivo. E assim perdemos o gosto pelo momento presente, vamos acostumando a criar grandes expectativas em situações futuras e colocando toda nossa atenção em nossa mente, pensamentos, e todo tipo de projeção. Não quero aqui falar sobre a ansiedade em si, mas sim sobre a nossa dificuldade em aceitar o momento presente, mas essa dificuldade pode ser a causa de muita ansiedade. Então, outra coisa absurda que acontece em nossa mente, é a insistência em negar a realidade, estamos sempre dizendo não para situações que simplesmente já aconteceram, tentamos mudar o fato dentro de nossa cabeça, gerando resistência e sofrimento desnecessário. Se você quebra um copo, a primeira coisa que vem a mente é: “Não acredito que fiz isso”, mas o copo já quebrou, não a nada a ser feito em relação a isso, você está lutando contra a realidade. Você só consegue mudar as coisas dali pra frente, você pode recolher o copo quebrado, tomar mais cuidado, comprar um copo novo, enfim, mas o fato ele simplesmente não é aceito. Entenda, se alguém te traiu, se você está desempregado, se o carro quebrou ou qualquer outra situação, a primeira coisa que precisa acontecer, é aceitar o fato, sem isso, a sua mente só vai criar mais sofrimento desnecessário, você não vai usar a sua energia de maneira eficiente para conseguir resolver o problema, não terá clareza mental, tudo que você vai conseguir fazer, é ficar perdido na dor de algo que não pode ser mudado. Não que a situação em si não possa ser mudada, mas o fato, aquilo que já aconteceu, é passado, e lutar contra isso é loucura, agora, a partir desse fato, você pode escolher fazer aquilo que for necessário, pra que a situação se resolva, aqui não tem segredo. Por isso, não se esqueça de trazer aceitação pra sua vida, olhe pra tudo que acontece, como se fosse uma escolha sua, não lute com o inesperado, com o imprevisto, aprenda a fluir com a situação, assim você evita muito sofrimento e consegue ainda tomar melhores decisões. A aceitação é o primeiro passo para tornar cada momento mais leve, mais feliz, você deixa a mente um pouco de lado, pois a mente, o ego, só funciona quando você está resolvendo problemas, e se você flui com esse momento, aceita e abraça esse momento, a paz e a felicidade surgem, independente do que acontece.

DESACELERE

Não é novidade que nós vivemos uma vida muito corrida nos dias de hoje, temos varias obrigações para cumprir, e uma infinidade de distrações para tomar o nosso tempo, ainda mais com o celular no nosso bolso, facilitando o acesso a todo tipo de conteúdo, que na maioria das vezes não acrescenta nada. Eu posso ao invés de olhar para o instagram a cada 5 minutos a procura de um meme ou noticia, ler um pdf de um livro ou ver um vídeo de uma aula que irá me trazer um conhecimento útil, mas o ponto aqui não é melhorar o tipo de informação que nós consumimos, e sim perceber porque estamos o tempo todo tentando preencher cada momento de silêncio com um estimulo, seja ele qual for. Precisamos entender que a natureza da nossa mente é o barulho, é o excesso de pensamentos, assim, ela gera todo movimento pra nos manter ocupados e inconscientes do fato de que nós não somos a nossa mente, e nem a história que se passa nela. Sendo assim, não espere que nutrir bons pensamentos ou fazer afirmações positivas vai te ajudar a lidar com toda a negatividade e peso que acontecem dentro de você, pensar positivo é bom, mas ainda muito superficial. E pra resolver essa situação toda é que entra o titulo desse texto, DESACELERE, quanto mais atropelado, correndo, pensando no futuro você estiver, mais identificado com a mente você estará e conseqüentemente mais perdido nas suas emoções e angustias. Por outro lado, desacelerar, ou seja, deixar as pausas acontecerem, não ter pressa enquanto estiver fazendo, aceitar o ritmo das pessoas e situações, vai te ajudar a criar um espaço entre você e a mente, fazendo com que você consiga enxergar a vida com muito mais tranquilidade. A gente corre pra poder aproveitar depois, corre pra voltar pra casa, corre pra terminar a obrigação, corre tanto que quando chega o momento de aproveitar, está cansado. Aprenda a desacelerar mesmo nos momentos mais chatos, quando você diminui a velocidade, consegue enxergar o lado bom daquilo, consegue aproveitar a jornada, fazer com prazer, e não correndo pra terminar logo. Outra coisa legal é perceber que cada um de nós tem um ritmo, e aceitar o nosso ritmo e o das outras pessoas é libertador, passamos a julgar menos e entender que mais importante do que chegar em primeiro, é conseguir encontrar contentamento naquilo que faz. Com o tempo você vai perceber que na verdade, é possível fazer mais coisas e com mais qualidade, quando você respeita o seu ritmo. Nós perdemos muito tempo quando corremos, precisamos refazer coisas que foram mal feitas na pressa, precisamos mudar todo o plano pois deixamos passar algo importante na loucura de fazer logo, e muitas vezes ficamos doentes física e mentalmente de tanto correr, gerando assim mais prejuízos. Desacelere os passos e você vai perceber que vai chegar mais longe, quem corre, cansa mais rápido e desiste no meio do caminho. Quantos planos e sonhos você desistiu depois de ter tentado com todas as suas forças? Se realmente for algo que você deseja, talvez só esteja faltando ir mais devagar, no seu tempo.